terça-feira, 22 de março de 2011

Out of time, álbum que lançou o R.E.M ao mainstream, completa 20 anos de lançamento



Por Luciana Aguiar

Apesar de o nosso último post ter sido sobre o R.E.M, uma das nossas bandas favoritas − sim caro leitor, aqui podemos nos permitir fugir da isenção jornalística − não há como não comentar que há poucos dias, fãs do mundo inteiro lembraram os 20 anos de lançamento de Out Of Time. O álbum foi um marco na carreira da banda por representar uma transição inequívoca do grupo do cenário indie para o topo das paradas de sucessos do rock/pop mundial. Losing My Religion, primeiro single do álbum, é sem dúvida nenhuma uma das músicas mais tocadas em rádios de todo o mundo, bem como um dos vídeos mais reproduzidos pela MTV americana em todos os tempos.

Em recente entrevista a revista Rolling Stone, o guitarrista da banda, Peter Buck, revelou que o grupo considera o trabalho mais recente Collapse Into Now o melhor realizado pelo R.E.M desde Out Of Time. Tudo bem que achamos este comentário de Buck extremamente modesto, mas, é uma clara referência sobre a importância do álbum lançado em 1991.
Abaixo, o vídeo de "Losing my religion", de Out of time:

quinta-feira, 17 de março de 2011

R.E.M. volta a misturar atitude e emoção em novo trabalho



Por Rodrigo Gonçalves

Após o elogiado e aclamado “Accelerate”, de 2008, algumas dúvidas pairavam na mente de um fã incondicional como este que vos escreve: qual seria o próximo passo do trio estaduniense R.E.M. ? Seguir o que já estava dando certo e fazer um Accelerate “parte 2” ou voltar a discos mais experimentais e com mais apelo pop, como nos anos 90 e 2000? Michael Stipe e cia resolveram juntar tudo isso e fazer um grande disco (novamente). O 15º álbum da carreira, chamado “Collapse into now” foi sendo liberado aos poucos pela rede e finalmente saiu na última semana como um dos 5 álbuns mais vendidos na terra da Rainha e EUA. O disco tem ótimas participações especiais e foi gravado em Nova Orleans, Nashville e Berlin. Com produção de Jacknife Lee, que já havia trabalhado em Accelerate. Com certeza, é cheio de referências de toda a carreira do grupo, como veremos a seguir.

O disco já começa com “Discoverer”. Falemos sério, se esta música fosse feita pelo U2, alguém teria dúvida que viraria hit no momento do seu lançamento? Peter Buck manda muito bem nos riffs de guitarra. “All the best” é chumbo grosso de primeira (queria escutá-la ao vivo), e fica difícil tirar o refrão de “Uberlin” da cabeça. “Oh my heart” é R.E.M. dos tempos de “Out of time”(90) e “Automatic...”(92), com destaque total para o acordeão do tiozão Scott McCaughey e o backing do sempre competente baixista Mike Mills.

Bem, a partir daí começam as participações especiais. Em “It happened today”, Eddie Vedder aparece nos oo-oohhs finais junto com Joel Gibb (do grupo The Hidden Cameras). Na minha opinião, o líder do Pearl Jam poderia ter participado mais. Na diferentona “Alligator Aviator Autopilot Antimatter”, a polêmica cantora Peaches faz dueto com Stipe e “That someone is you” mantém o ritmo, com fôlego punk, nítida referência aos primórdios da banda, poderia ter entrado em “Murmur (81)” ou Reckoning (83)”. A mais rápida do disco.

Na reta final, “Mine smell like honey” virou single, e tem um vídeo engraçadíssimo em homenagem ao cineasta e comediante Buster Keaton. Fica difícil ouvir “Me, Marlon Brando, Marlon Brando and I” e não deixar rolar uma lágrima: “Lay me down/Help me off to sleep/Or take me deep again”. Só essa já valeria o investimento...

O álbum fecha muito bem com a bluezzística “Blue”, com a amiga do peito Patti Smith. Lembra muito o hino “Country Feedback”, é poema puro. “I am made by my times/I am a creation of now/Shaken with the cracks and crevices/I'm not giving up easy/I will not fold/I don't have much/But what I have is gold”. Outra grande canção com a participação dela tinha acontecido em "E-Bow The Letter", do álbum "New adventures In Hi-Fi" (96).

Ao fim desta humilde resenha, pergunto: Por que esses músicos que estão juntos há mais de 30 anos ignorariam os álbuns anteriores, especialmente se esta auto-referência lhes permitem crescer ainda mais sem envelhecer? E vida longa ao R.E.M.!!

Todas as músicas de “Collapse into now” terão vídeos produzidos por diferentes diretores escolhidos pela banda. A seguir, o clipe de “Uberlin” e “Discoverer”, gravado ao vivo no estúdio Hansa, em Berlin.